segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dos textos bíblicos, passando por Piaget e Vygotsky e, chegando a Mário Quintana

     Hoje é o primeiro dia útil de agosto. Oficialmente, chegamos ao início do 2 o. semestre de 2010. Inevitavelmente, tenho que repetir algo que já é uma máxima da contemporaneidade  "o tempo tem passado rápido de mais".
     Pois é! Que tempo é esse que tem passado tão rápido. O tempo do rélogio?  O tempo do meu relógio Biológico? O tempo das escolhas? O tempo das alegrias? O tempo das angústias? O que tem passado tão rápido??? O tempo?
     Não, não creio que seja o tempo que tem passado rápido. Sou eu. Eu que tenho passado rapidamente pelo Tempo. Tão rapidamente, apressadamente e angustiadamente que nem tenho tempo de perceber que "existe um tempo para cada coisa"(eclesiastes, 3). E esse tempo é único e próprio de cada individuo e característico ao seu próprio desenvolvimento... "minhas experiências viverei ao meu tempo". Veja bem, tanto tempo estudando Piaget e só agora me dei conta de que ao se falar da "psicogenética do desenvolvimento humano e suas etapas", mais do que dizer sobre o desenvolvimento cognitivo das crianças, Piaget estava falando da VIDA Humana (os psicogeneticistas que me descupem a asneira... antes houvesse licença poética no campo das pesquisas científicas...). O nosso desenvolvimento se dá por etapas pautadas pela cronologia etária e pelas vivências sociais. O que seria de nosso desenvolvimento se não fossem as relações humanas que estabelecemos ao longo de nossa vida? Estaríamos eternamente condenados ao hiato que existe entre aquilo "que faço com ajuda" e "aquilo que poderei fazer sozinha"... (Vocês conseguem perceber o quão poética pode soar o estudo de Vygotsky?). São as relações humanas que dão o compasso necessário ao nosso desenvolvimento...
     E aí, eu volto ao Tempo...que "tem passado tão rápido"... Mal sobra Tempo para que eu me aproxime das pessoas...em alguns momentos o "Tempo é tão curto" que tenho que me afastar das pessoas que me são mais próximas (e lá se vão boas relações que tanto poderiam contribuir com meu desenvolvimento humano...), só para sobrar tempo para eu correr mais um pouco. E nesse círculo vicioso, percebo que tenho disperdiçado muito tempo.  E, que talvez, eu nem tenha percebido que o tempo para se fazer muita coisa que eu queria ter feito, já tenha passado, ou, ainda, que aquilo que eu tanto quero que aconteça AGORA, não seja, ainda, o tempo de acontecer...
     Ah! Queria eu viver a vida sem me importar com esses "tempos" que criamos e determinamos para nós mesmos... queria tanto viver as experiências que me são apresentadas pela vida tendo a certeza de que se elas assim se puseram a mim é porque está em "seu tempo" de acontecer. Queria explorar meu tempo de "desenvolvimento" e saborear as descobertas que se dão a partir daí... Por hora... fico com a reflexão de Mário Quintana... e, quem sabe, daqui a algum Tempo, eu mude o tempo verbal de minha frase de "queria" para "quero".


 
O tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

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