sexta-feira, 9 de setembro de 2016


Como preparar a escola para receber estudantes com necessidades educacionais especiais...


Veja abaixo alguns tópicos que considero em minha intervenção sobre  “Como preparar a escola para receber o estudante com necessidades especiais”


O mundo não é. O mundo está sendo - Paulo Freire

1 - Pensar a Educação Inclusiva requer conhecer o histórico que justifica a reflexão sobre a inclusão! 

  • ·        Crença:  A pessoa diferentes seria mais  bem cuidada e protegida se confinada em ambiente separado. Proteger a sociedade dos “anormais”. (Asilos e manicômios).
  • ·         Século XVI: Médicos e pedagogos  questionam a situação de “ineducáveis”.
  • ·         A institucionalização da escolaridade obrigatória: Incapacidade da escola em responder pela aprendizagem de todos os alunos (Sec XIX)
  • ·         Em resposta à incapacidade da escola de educar a todos: Classes e escolas especiais em oposição às instituições residenciais (Pós as duas grandes guerras mundiais)
  • ·         Metade  do séc XX -  Montagem da indústria da reabilitação para tratar mutilados de guerra
  • ·         SEGREGAÇÃO: Sistema paralelo ao sistema educacional geral.
  • ·         INTEGRAÇÃO ESCOLAR: Todas as crianças com deficiências teriam o direito inalienável de PARTICIPAR de todos os programas e atividades cotidianas que eram acessíveis para as demais crianças (Movimentos Sociais pelos direitos humanos – Década de 1960) à  base moral (direito de todos) à base racional (benefícios da integração) à bases empíricas (pesquisas educacionais e re-visão do termo educável o do espaço destinado à aprendizagem) à Base política (Movimentos sociais e luta pelos direitos) à Base econômica ( Altos custos  dos programas esfregadores – crise do pretório – países desenvolvidos)
  • ·         PRINCÍPIO DA NORMALIZAÇÃO: Origem nos países escandinavos com Bank-Mikkelsen e Nirje que questionaram o abuso das instituições residenciais e das limitações deste estilo de vida. Estilo de vida normal à cultura. Chega a América do Norte e Europa a partir das propostas de Wolfensberger (conceito de normalização dos estilos de via e serviços) à configurou-se como princípio filosófico de valor e não como teoria científica = assegurar que as pessoas experienciassem  com dignidades e respeito individual situações e praticas apropriadas para sua idade com o máximo possível de participação.
  • ·         1980 o principio de normalização ganha o mundo e dele decorre a Integração Escolar. Contudo, questionava-se sobre os meios de operacionalizar esse princípio. FOCO: Preparar o individuo com deficiência para a vida em sociedade.
  • ·         A palavra ITEGRAÇÃO deriva do latim INTEGRARE, do adjetivo INTEGER = INTACTO, NÃO TOCADO OU ÍNTEGRO. Novo sentido = COMPOR, FAZER UM CONJUNTO, JUNTAR AS PARTES SEPARADAS
  • ·         Crítica ao princípio normalizador: a passagem de alunos com necessidades educacionais especiais de um serviço mais segregador para um integrador dependia unicamente do progresso das crianças sem mecanismos externos que viabilizassem.
  • ·         INCLUSÃO ESCOLAR:  1ª tese – iniciativa promovidas por agências multilaterais, que são tomadas como marcos mundiais na história do movimento global de combate à exclusão social. 2º tese – surgiu como forma mais focalizada nos Estados Unidos e, por força da penetração da cultura desse país, ganhou a mídia e o mundo ao longo da década de 1990.
  • o   Contexto Estados Unidos: substituir o termo INTEGRAÇÃO utilizado ainda, inclusive na Europa,  pelo termo INCLUSÃO como a ideia de colocação de alunos com dificuldades prioritariamente nas classes comuns. ( Alunos considerados de risco compunham cerca da metade da população escolar daquele país) à  bifurcação: “Educação inclusiva” e “Inclusão total”.
  • ·         MARCOS MUNDIAIS:
  • o   1990 Conferência Mundial sobre Educação para Todos – Banco Mundial, UNESCO, UNICEF, PNUD - Jomtien/Tailândia (2% da população com deficiência com atendimento em qualquer modalidade educacional – em países pobres ou em desenvolvimento)
  • o   1994 – Conferência Mundial sobre necessidades Educacionais Especiais: acesso e qualidade = Declaração de Salamanca (1997)
  • o   PRINCIPIO DA INCLUSÃO: Proposta da aplicação prática ao campo da educação de um movimento mundial, denominado inclusão social, que implicaria a construção de um processo bilateral no qual as pessoas excluídas e a sociedade buscam, em parceria, efetivar a equiparação de oportunidades para todos – reconhecimento político das diferenças.
  • ·         PARADIGMA DA INCLUSÃO: Globaliza-se e torna-se, no final do século XX, palavra de ordem em praticamente toas as ciências humanas. (1998) 

CONFLITOS E VELHAS CONTROVÉRSIAS:



o   A inclusão é para todos, ou só para alguns?
o   A inclusão significa colocação integral na classe comum ou pode-se combinar a colocação na classe comum com situações especializadas de aprendizagem?
o   A inclusão prioriza a aprendizagem social e as amizades ou o desempenho acadêmico bem sucedido?
o   A inclusão será prejudicial ou positiva para os alunos sem “limitações”?
o   As experiências empíricas sustentam ou não a inclusão?


   Tais questionamentos encontram-se em um antigo dilema sobre qual é a natureza e o propósito da escolarização em si, e que, enquanto a inclusão poderia se parte de um debate maior sobre a função da escola, ela ainda se detém em onde e como os indivíduos podem aprender melhor.


2 - Perspectivas da inclusão escolar na realidade brasileira:

·         Iniciativas isoladas e precursoras já no séulo XIX fora do sistema educacional geral.
·         1950 – Movimentos comunitários que culminaram com a implantação de redes de escolas especiais privadas filantrópicas.
·         Integração espontânea ou não-planejada:  tipos mais bandos de deficiência tenha smpre tido alguma oportunidade de acesso à escola comum em países com cobertura deficitária.
·         1970: Ampliação do acesso à escola para a população e geral, da produção do fracasso escolar e da consequente implantação das classes especiais nas escolas públicas.
·         A institucionalização da educação especial no Brasil se deu no auge da hegemonia da filosofia de normalização no contexto mundial.
·         1990 Emerge o discurso da Educação Inclusiva (aprox. 30 anos de politica de integração)

·         DESAFIOS:

o   Acesso – a maioria (cerca de 6 milhões de crianças e jovens com necessidades educacionais especiais encontram-se fora de qualquer tipo de escola)
o   Educação não apropriada – falta de profissionais especializados ou falta generalizada de recursos.
o   Privatização x oferta no sistema público – filantropia x classes especiais de escolas comuns
o   Produção científica com base em experiências e depoimentos e estudos de casos não permitem avaliar o impacto da política educacional.
o   Tendências generalizantes das políticas públicas – federais, estaduais, municipais
o   Tema demasiadamente complexo e relativamente novo.


A Educação Inclusiva não é. Não está posta. Está em movimento!


o   Acesso a Educação – obrigatoriedade –Requer acolhimento
o   Não basta o Acolhimento – É necessário garantir condições efetivas de aprendizagem e desenvolvimento de suas potencialidades – Requer conhecer os sujeitos e suas particularidades
o   Como então preparar a escola para receber alunos com necessidades especiais?
o    
Os quatro pilares da Educação são conceitos de fundamento da educação baseados no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors.




1.       Conhecer-SE:  
Enquanto profissional subjetivo e coletivo
Enquanto instituição de ensino – pública ou privada
Enquanto sociedade e numa dimensão política
Enquanto ser humano num processo de humanização heteronômica

2.       Com-Viver:

Com as possibilidades das diferenças
Com a pluralidade de saberes e fazeres
Com as singularidades do plural
Com novos sujeitos de direito
Com os desafios e com a construção de respostas

3.       Ser – Institucionalizar a inclusão

Potencializar a construção de uma Escola em interface com diferentes contextos: políticos, sociais, culturais, econômicos.
Romper processos de marginalização, assistencialismo e reabilitação
Questionar-se enquanto escola, professor (a), questionar práticas e problematizar relações e interpelações
Repensar linguagens, estruturas materiais e imateriais


4.       Fazer ... diferente e fazer a diferença

Por meio de estudos de casos – Caso a Caso
Construção coletiva de intervenções pedagógicas
Busca de parcerias, redes, assessorias, trocas
Cobrar serviços complementares
Dialogo constante – são vários os atores deste processo

Remendo novo em roupa velha... Odre novo... vinho velho?

UMA NOVA ESCOLA É POSSÍVEL E NECESSÁRIA




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MENDES, Enicéia Gonçalves. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação, v. 11, n. 33, p. 387-405, 2006.
SANCHES, Isabel; TEODORO, António. Da integração à inclusão escolar: cruzando perspectivas e conceitos. Revista Lusófona de Educação, v. 8, n. 8, 2006.
FRIAS, Elzabel Maria Alberton; MENEZES, Maria Christine Berdusco. Inclusão Escolar do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais: Contribuições ao professor do ensino regular. 2013.


Como preparar a escola para receber estudantes com necessidades educacionais especiais...


Veja abaixo alguns tópicos que considero em minha intervenção sobre  “Como preparar a escola para receber o estudante com necessidades especiais”


O mundo não é. O mundo está sendo - Paulo Freire

1 - Pensar a Educação Inclusiva requer conhecer o histórico que justifica a reflexão sobre a inclusão! 

  • ·        Crença:  A pessoa diferentes seria mais  bem cuidada e protegida se confinada em ambiente separado. Proteger a sociedade dos “anormais”. (Asilos e manicômios).
  • ·         Século XVI: Médicos e pedagogos  questionam a situação de “ineducáveis”.
  • ·         A institucionalização da escolaridade obrigatória: Incapacidade da escola em responder pela aprendizagem de todos os alunos (Sec XIX)
  • ·         Em resposta à incapacidade da escola de educar a todos: Classes e escolas especiais em oposição às instituições residenciais (Pós as duas grandes guerras mundiais)
  • ·         Metade  do séc XX -  Montagem da indústria da reabilitação para tratar mutilados de guerra
  • ·         SEGREGAÇÃO: Sistema paralelo ao sistema educacional geral.
  • ·         INTEGRAÇÃO ESCOLAR: Todas as crianças com deficiências teriam o direito inalienável de PARTICIPAR de todos os programas e atividades cotidianas que eram acessíveis para as demais crianças (Movimentos Sociais pelos direitos humanos – Década de 1960) à  base moral (direito de todos) à base racional (benefícios da integração) à bases empíricas (pesquisas educacionais e re-visão do termo educável o do espaço destinado à aprendizagem) à Base política (Movimentos sociais e luta pelos direitos) à Base econômica ( Altos custos  dos programas esfregadores – crise do pretório – países desenvolvidos)
  • ·         PRINCÍPIO DA NORMALIZAÇÃO: Origem nos países escandinavos com Bank-Mikkelsen e Nirje que questionaram o abuso das instituições residenciais e das limitações deste estilo de vida. Estilo de vida normal à cultura. Chega a América do Norte e Europa a partir das propostas de Wolfensberger (conceito de normalização dos estilos de via e serviços) à configurou-se como princípio filosófico de valor e não como teoria científica = assegurar que as pessoas experienciassem  com dignidades e respeito individual situações e praticas apropriadas para sua idade com o máximo possível de participação.
  • ·         1980 o principio de normalização ganha o mundo e dele decorre a Integração Escolar. Contudo, questionava-se sobre os meios de operacionalizar esse princípio. FOCO: Preparar o individuo com deficiência para a vida em sociedade.
  • ·         A palavra ITEGRAÇÃO deriva do latim INTEGRARE, do adjetivo INTEGER = INTACTO, NÃO TOCADO OU ÍNTEGRO. Novo sentido = COMPOR, FAZER UM CONJUNTO, JUNTAR AS PARTES SEPARADAS
  • ·         Crítica ao princípio normalizador: a passagem de alunos com necessidades educacionais especiais de um serviço mais segregador para um integrador dependia unicamente do progresso das crianças sem mecanismos externos que viabilizassem.
  • ·         INCLUSÃO ESCOLAR:  1ª tese – iniciativa promovidas por agências multilaterais, que são tomadas como marcos mundiais na história do movimento global de combate à exclusão social. 2º tese – surgiu como forma mais focalizada nos Estados Unidos e, por força da penetração da cultura desse país, ganhou a mídia e o mundo ao longo da década de 1990.
  • o   Contexto Estados Unidos: substituir o termo INTEGRAÇÃO utilizado ainda, inclusive na Europa,  pelo termo INCLUSÃO como a ideia de colocação de alunos com dificuldades prioritariamente nas classes comuns. ( Alunos considerados de risco compunham cerca da metade da população escolar daquele país) à  bifurcação: “Educação inclusiva” e “Inclusão total”.
  • ·         MARCOS MUNDIAIS:
  • o   1990 Conferência Mundial sobre Educação para Todos – Banco Mundial, UNESCO, UNICEF, PNUD - Jomtien/Tailândia (2% da população com deficiência com atendimento em qualquer modalidade educacional – em países pobres ou em desenvolvimento)
  • o   1994 – Conferência Mundial sobre necessidades Educacionais Especiais: acesso e qualidade = Declaração de Salamanca (1997)
  • o   PRINCIPIO DA INCLUSÃO: Proposta da aplicação prática ao campo da educação de um movimento mundial, denominado inclusão social, que implicaria a construção de um processo bilateral no qual as pessoas excluídas e a sociedade buscam, em parceria, efetivar a equiparação de oportunidades para todos – reconhecimento político das diferenças.
  • ·         PARADIGMA DA INCLUSÃO: Globaliza-se e torna-se, no final do século XX, palavra de ordem em praticamente toas as ciências humanas. (1998) 

CONFLITOS E VELHAS CONTROVÉRSIAS:



o   A inclusão é para todos, ou só para alguns?
o   A inclusão significa colocação integral na classe comum ou pode-se combinar a colocação na classe comum com situações especializadas de aprendizagem?
o   A inclusão prioriza a aprendizagem social e as amizades ou o desempenho acadêmico bem sucedido?
o   A inclusão será prejudicial ou positiva para os alunos sem “limitações”?
o   As experiências empíricas sustentam ou não a inclusão?


   Tais questionamentos encontram-se em um antigo dilema sobre qual é a natureza e o propósito da escolarização em si, e que, enquanto a inclusão poderia se parte de um debate maior sobre a função da escola, ela ainda se detém em onde e como os indivíduos podem aprender melhor.


2 - Perspectivas da inclusão escolar na realidade brasileira:

·         Iniciativas isoladas e precursoras já no séulo XIX fora do sistema educacional geral.
·         1950 – Movimentos comunitários que culminaram com a implantação de redes de escolas especiais privadas filantrópicas.
·         Integração espontânea ou não-planejada:  tipos mais bandos de deficiência tenha smpre tido alguma oportunidade de acesso à escola comum em países com cobertura deficitária.
·         1970: Ampliação do acesso à escola para a população e geral, da produção do fracasso escolar e da consequente implantação das classes especiais nas escolas públicas.
·         A institucionalização da educação especial no Brasil se deu no auge da hegemonia da filosofia de normalização no contexto mundial.
·         1990 Emerge o discurso da Educação Inclusiva (aprox. 30 anos de politica de integração)

·         DESAFIOS:

o   Acesso – a maioria (cerca de 6 milhões de crianças e jovens com necessidades educacionais especiais encontram-se fora de qualquer tipo de escola)
o   Educação não apropriada – falta de profissionais especializados ou falta generalizada de recursos.
o   Privatização x oferta no sistema público – filantropia x classes especiais de escolas comuns
o   Produção científica com base em experiências e depoimentos e estudos de casos não permitem avaliar o impacto da política educacional.
o   Tendências generalizantes das políticas públicas – federais, estaduais, municipais
o   Tema demasiadamente complexo e relativamente novo.


A Educação Inclusiva não é. Não está posta. Está em movimento!


o   Acesso a Educação – obrigatoriedade –Requer acolhimento
o   Não basta o Acolhimento – É necessário garantir condições efetivas de aprendizagem e desenvolvimento de suas potencialidades – Requer conhecer os sujeitos e suas particularidades
o   Como então preparar a escola para receber alunos com necessidades especiais?
o    
Os quatro pilares da Educação são conceitos de fundamento da educação baseados no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors.




1.       Conhecer-SE:  
Enquanto profissional subjetivo e coletivo
Enquanto instituição de ensino – pública ou privada
Enquanto sociedade e numa dimensão política
Enquanto ser humano num processo de humanização heteronômica

2.       Com-Viver:

Com as possibilidades das diferenças
Com a pluralidade de saberes e fazeres
Com as singularidades do plural
Com novos sujeitos de direito
Com os desafios e com a construção de respostas

3.       Ser – Institucionalizar a inclusão

Potencializar a construção de uma Escola em interface com diferentes contextos: políticos, sociais, culturais, econômicos.
Romper processos de marginalização, assistencialismo e reabilitação
Questionar-se enquanto escola, professor (a), questionar práticas e problematizar relações e interpelações
Repensar linguagens, estruturas materiais e imateriais


4.       Fazer ... diferente e fazer a diferença

Por meio de estudos de casos – Caso a Caso
Construção coletiva de intervenções pedagógicas
Busca de parcerias, redes, assessorias, trocas
Cobrar serviços complementares
Dialogo constante – são vários os atores deste processo

Remendo novo em roupa velha... Odre novo... vinho velho?

UMA NOVA ESCOLA É POSSÍVEL E NECESSÁRIA




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MENDES, Enicéia Gonçalves. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação, v. 11, n. 33, p. 387-405, 2006.
SANCHES, Isabel; TEODORO, António. Da integração à inclusão escolar: cruzando perspectivas e conceitos. Revista Lusófona de Educação, v. 8, n. 8, 2006.
FRIAS, Elzabel Maria Alberton; MENEZES, Maria Christine Berdusco. Inclusão Escolar do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais: Contribuições ao professor do ensino regular. 2013.